sexta-feira, 14 de junho de 2013

Indígenas de Marãiwatsédé (MT) iniciam trabalhos com vistas à gestão do território


No mês de maio, servidores das Coordenações Gerais de Gestão Ambiental e de Etnodesenvolvimento da Funai estiveram na Terra Indígena Marãiwatsédé, em Mato Grosso, acompanhando a realização de uma oficina de etnomapeamento, em parceria com a Operação Amazônia Nativa (Opan). O etnomapeamento é uma das ferramentas que embasam os processos de gestão previstos na Política Nacional de Gestão Territorial e Ambiental de Terras Indígenas (PNGATI), assim como a construção de um Plano de Gestão Ambiental e Territorial (PGTA).

A construção do PGTA com os indígenas de Marãiwatsédé tem como objetivo o planejamento da ocupação e uso do território recém-reconquistado, a partir dos modos tradicionais do povo Xavante. A oficina iniciou os trabalhos relembrando a ocupação passada, antes da saída dos indígenas na década de 1960, e comparando com a atual situação da terra indígena.

Segundo os Xavante, existem plantas e animais importantes em sua cultura que não são mais encontrados no território e, por isso, consideram importante o reflorestamento da área. Segundo o cacique Damião Paridzané, os Xavante de Marãwaitsédé sabem que o processo de recuperação é longo, e eles terão a paciência necessária para “trazer a mata e os bichos de volta”. A região de Marãwaitsédé era originalmente coberta pelos biomas Cerrado e Floresta Amazônica.

Durante a oficina, foi registrada grande participação das mulheres, que traduziram para a língua xavante termos e conceitos discutidos pelos técnicos, como “mapa” (ti’aipódó) e “plano de gestão” (rö’obdzãna). Rö’obdzãna seria o “jeito de se pensar” ou de “planejar”.

Os próximos passos serão expedições de acampamento, Dzomori, em locais que os indígenas têm o interesse de conhecer para o planejamento de novas aldeias, coleta e caça. A partir dessas expedições também serão trabalhados os mapas da terra com os indígenas.

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